A recente suspensão da assistência militar e financeira dos Estados Unidos à Ucrânia, anunciada pela Casa Branca em 4 de março, pode representar um impacto significativo para o país.
Neste cenário, Donald Trump ainda possui um importante recurso em sua gestão: a regulação sobre a exportação e transferência de armamentos, conhecida como ITAR (International Traffic in Arms Regulations).
Essa regulamentação permite que os EUA impeçam a entrega de equipamentos ou munições adquiridos por outros países, caso esses itens incluam componentes fabricados nos Estados Unidos.
Dada a quantidade de armamentos europeus que incorporam peças americanas ou que foram adquiridos de indústrias norte-americanas, a aplicação da ITAR poderia resultar em um quase embargo às remessas de armas ocidentais destinadas à Ucrânia.
“ITAR-free”
Nos últimos dez anos, empresas de defesa da Europa têm buscado desenvolver armamentos “ITAR-free”, ou seja, livres de vulnerabilidades regulatórias em relação aos Estados Unidos.
A ex-ministra das Forças Armadas da França, Florence Parly, foi uma das principais defensoras dessa abordagem entre 2017 e 2022, incentivando as grandes indústrias francesas a se desvincularem das autorizações norte-americanas para a venda de armamentos, especialmente para países como o Egito e na região do Golfo Pérsico.
Embora essa estratégia seja positiva para os novos sistemas de armamento, ela não elimina a dependência em relação a equipamentos mais antigos.
Com a possibilidade da aplicação da ITAR, diversos tipos de armamentos estão sob risco. A oferta de caças F-16, considerados um marco no apoio ocidental à Ucrânia, pode ser uma das primeiras a sofrer as consequências.
Além disso, sistemas de mísseis guiados, veículos blindados e equipamentos de visão noturna também podem ser afetados por essa decisão.
Algumas opções
No entanto, Trump parece querer manter algumas opções disponíveis. Até o momento, ele não desativou a rede satélite da Starlink de Elon Musk, que é crucial para as comunicações militares ucranianas.
O sistema de defesa antiaérea, composto por baterias de mísseis Patriot que protegem o espaço aéreo ucraniano contra ataques russos, ainda permanece ativo.
Fonte: O Antagonista
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