A relação entre Palmeiras e WTorre, construtora responsável pelo Allianz Parque, tem sido marcada por disputas e controvérsias desde a abertura da arena, há quase dez anos.
No entanto, novos sinais indicam que a negociação está se encaminhando para um desfecho positivo, com ambas as partes buscando resolver as pendências judiciais e financeiras.
Recentemente, a liberação total do estádio para a partida entre Palmeiras e Flamengo, pela Copa do Brasil, foi vista como um passo importante para a melhora dessa relação.
No jogo, o setor Norte normalmente fechado foi aberto, permitindo a venda de ingressos com visão parcial por 50% do valor, resultando em uma casa quase cheia com 38.463 torcedores.
Palmeiras e WTorre: Melhora na relação?
A partir deste ano, a comunicação entre as diretorias do Palmeiras e WTorre se intensificou, evidenciando um esforço conjunto para superar os conflitos.
Dessa forma, a liberação completa do estádio no jogo contra o Flamengo é um exemplo concreto dessa nova fase de entendimento entre as partes.
Esse alinhamento entre clube e construtora é fundamental para encerrar uma série de problemas e críticas que surgiram ao longo dos anos.
O Palmeiras, que anteriormente fazia duras críticas públicas à WTorre, agora tende a manifestar um desejo de conciliação, assim como a construtora que sinaliza querer um bom relacionamento com o clube.
Valor das dívidas da WTorre com o Palmeiras
Desde novembro de 2014, quando o Allianz Parque foi inaugurado, as divergências financeiras entre Palmeiras e WTorre só aumentaram.
Recentemente, as garantias apresentadas pela Real Arenas, empresa do grupo WTorre, mostram que são capazes de pagar os mais de R$ 160 milhões que o clube cobra judicialmente.
Desses valores, uma parte significativa decorre de repasses não feitos pela construtora ao longo dos anos, motivo pelo qual o Palmeiras entrou com uma execução de título extrajudicial em 2017.
Desde então, os montantes apenas aumentaram devido aos juros e correções. A partir de um acordo, os embates na Corte Arbitral devem ser encerrados.
O balanço financeiro de 2023 do Palmeiras detalha divergências financeiras com a WTorre, incluindo R$ 38,4 milhões em perdas estimadas.
Os valores a receber, somados aos juros e correções, chegam a R$ 160 milhões.
Percentuais de receitas
O contrato firmado entre Palmeiras e WTorre estipula percentuais crescentes para o clube em relação à locação da arena e outras explorações, como segue:
Aluguel da Arena:
Até 5 anos: 20%
De 5 a 10 anos: 25%
De 10 a 15 anos: 30%
De 15 a 20 anos: 35%
De 20 a 25 anos: 40%
De 25 a 30 anos: 45%
Locação de cadeiras e camarotes:
Até 5 anos: 5%
De 5 a 10 anos: 10%
De 10 a 15 anos: 15%
De 15 a 20 anos: 20%
De 20 a 25 anos: 25%
De 25 a 30 anos: 30%
BTG no jogo: Banco impacta a relação
No fim do primeiro semestre de 2024, o banco BTG adquiriu dívidas da WTorre com o Banco do Brasil, incluindo o financiamento para a construção da arena.
Apesar do interesse do BTG em assumir o controle do Allianz Parque, a construtora garante estar em dia com seus pagamentos, dificultando qualquer ação judicial nesse sentido.
Assim, o BTG se torna mais um elemento nessa relação complexa entre Palmeiras e WTorre, mas não há expectativa de mudanças na gestão do Allianz Parque, pelo menos por enquanto.
A continuidade das negociações entre Palmeiras e WTorre é fundamental para garantir a estabilidade financeira e operacional do Allianz Parque, beneficiando tanto o clube quanto seus torcedores.
Fonte: O Antagonista
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