Polícia Federal do Brasil reforça segurança das Olimpíadas de Paris a convite da França

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Andreazza Noticia

Polícia Federal do Brasil reforça segurança das Olimpíadas de Paris a convite da França

 

PF integra o grupo de forças internacionais de segurança, composto por cerca de 1.700 agentes de 44 países, que dará suporte aos Jogos Olímpicos

Dezoito dos 20 policiais federais brasileiros já estão em Paris se preparando, ao lado das forças francesas, para o esquema de segurança dos Jogos Olímpicos (de 26 de julho a 11 de agosto) e Paralímpicos (entre 28 de agosto e 8 de setembro). Eles chegaram à cidade no dia 14 de julho, data simbólica da Queda da Bastilha e dia nacional da França, e puderam participar das celebrações.

“Foi muito bonito, foi ótimo”, conta a paranaense Selma Cristina Martins, escrivã da PF em Brasília. “Estamos fazendo patrulhamento ostensivo e reconhecimento de locais. Estamos prontos e alinhados com a equipe de segurança francesa para garantir uma participação segura e tranquila nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos”, garante Selma, que já conhecia Paris e aprende francês há 3 anos.

Segundo o delegado Luiz Ungaretti, adido da PF na embaixada do Brasil na França, os policiais atuarão uniformizados, mas desarmados, ao lado das forças francesas para garantir a segurança em locais estratégicos, como estádios, ginásios e a Vila Olímpica, onde haverá grande concentração de torcedores brasileiros. “Vamos priorizar a segurança dos brasileiros, trabalhando sempre em conjunto com as autoridades policiais francesas”, afirmou Ungaretti.

Durante o evento, Paris deve receber cerca de 13 milhões de visitantes, principalmente franceses, e atletas de mais de 200 países. Não há ainda um número exato de turistas estrangeiros, mas segundo um levantamento do AirBnb, o Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking de países que mais reservaram noites na região parisiense para conferir as Olimpíadas.

Em relação à delegação oficial, o Time Brasil é formado por 277 atletas e o país será representado pelo ministro dos Esportes, André Fufuca. No entanto, a primeira-dama, Janja da Silva, participará da cerimônia de abertura no lugar do presidente Lula. Ela chega no dia 25 de julho, assessorada por um grupo de 10 pessoas, mas sua credencial ainda está sendo negociada pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil), junto ao COI (Comitê Olímpico Internacional).

Experiência Brasileira

Além da segurança pública, a PF participará do Centro de Cooperação Internacional (CCI) da França, onde haverá uma constante troca de informações de inteligência com todos os países participantes, visando à proteção de autoridades, atletas e do público em geral. Uma terceira frente será focada na prevenção e repressão ao terrorismo, com dois policiais federais integrando a equipe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

A experiência adquirida pela PF durante os Jogos Olímpicos do Rio 2016 foi um dos fatores determinantes para o convite francês. “O Rio foi um evento emblemático que demonstrou a capacidade do Brasil em organizar grandes eventos com segurança”, destacou Ungaretti. Essa expertise será fundamental para contribuir com a segurança em Paris.

Os 20 policiais selecionados para essa missão, de vários estados brasileiros, possuem um histórico de participação em grandes eventos internacionais, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos no Brasil. O mineiro Flávio Lima, um dos agentes escolhidos, ressaltou a importância da integração entre as forças de segurança de diversos países. “A expectativa é a melhor possível para que tenhamos um evento de grandes proporções, mas com segurança garantida”, disse Lima, que visita Paris pela primeira vez e arranha “um tout petit peu” (“um pouquinho”) o francês.

Custos

O custo da participação brasileira na segurança dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos está sendo arcado pelo governo francês e pelo Comitê Olímpico do Brasil, cobrindo passagens, diárias e alimentação dos policiais.

“A França está bancando passagens, diárias e alimentação, e o Comitê Olímpico Brasileiro está arcando com os gastos dos nossos policiais que vão trabalhar com os atletas e corpo técnico na Vila Olímpica”, explicou Ungaretti. O valor dessa participação não foi revelado.

Ao contrário de outras nações, como o Catar, que impressionaram os parisienses aos desembarcar na cidade com blindados, o Brasil não traz equipamentos ou armas. “Nós contamos mesmo é com a expertise dos policiais com relação à questão de conhecimentos, da utilização de nossos bancos de dados nas investigações, nas trocas de informações, inteligência, em especial para identificar possíveis criminosos, terroristas, no âmbito da cooperação Internacional”, informa o adido da PF na França.

Expectativas e desafios

A segurança dos Jogos Olímpicos de Paris, que promete ser um dos maiores eventos esportivos da história, será garantida por 30 mil policiais, 15 mil militares e 22 mil agentes privados franceses, além dos 1.750 policiais estrangeiros. Somente durante a abertura do evento em 26 de julho, 45 mil homens estarão mobilizados.

A presença dos policiais federais brasileiros em Paris pode parecer modesta, mas é vista como uma adição valiosa. “Mesmo com um contingente de 20 policiais, faz toda a diferença a presença da PF, pois hoje a polícia trabalha com inteligência e informação para prevenir crimes”, destacou Ungaretti.

O maior temor é em relação à ameaça de atentados. Mas o adido da PF, que há meses participa de reuniões, lembra que “há um trabalho muito grande que já vem sendo feito há anos”. Ele diz que “o ambiente está muito seguro em termos de monitoramento e de controle”. Com a cooperação internacional, “reunindo dezenas de países buscando prospectar informações em todo o mundo”, Luiz Ungaretti avalia que o cenário é, “de certo modo, de tranquilidade, mas sempre de alerta”.

Fonte: Carta Capital

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